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Encolhimento de área do cérebro é importante sinal de Alzheimer, segundo estudo

Pesquisadores descobriram que um encolhimento no hipocampo provoca declínio cognitivo independentemente de o paciente ter as proteínas tau e amiloide em excesso no cérebro. Segundo o site The Conversation, esse achado pode mudar o tratamento de pacientes com Alzheimer e outras condições neurodegenerativas.
Para você entender o impacto da descoberta, precisamos primeiro lembrar o que é o hipocampo. Essa é uma pequena área do cérebro, do tamanho de um cavalo-marinho, responsável por diversas funções, além do aprendizado, como:

  • regular emoções;
  • transformar memórias de curto prazo em memórias de longo prazo;
  • permitir a navegação espacial.

À medida que envelhecemos, naturalmente o nosso hipocampo diminui um pouco em tamanho. No entanto, esse encolhimento é mais acentuado em pessoas que têm determinados hábitos de vida nocivos – como alimentação inadequada e consumo excessivo de álcool – e também com doenças, entre elas, Alzheimer. Por isso, essa perda de volume tende a vir antes de sinais de declínio cognitivo.

Outros biomarcadores também são importantes no diagnóstico e tratamento do Alzheimer e de outras doenças cerebrais. É o caso das proteínas tau e beta amiloide, que são importantes para o bom funcionamento do órgão, mas que são prejudiciais quando estão em excesso.
De forma mais detalhada, os emaranhados de tau destroem os neurônios por dentro, enquanto as placas amiloides se aglomeram na parte externa dos neurônios.

O estudo, publicado na revista Neurology, coletou dados de 128 idosos durante dez anos. No início da pesquisa, esses participantes não apresentavam sinais de comprometimento cognitivo.

Além de registrar o desempenho dos participantes em testes cognitivos, eles fizeram exames de imagem cerebral para observar o volume do hipocampo e ainda rastrearam as proteínas tau e amiloide.

Ao longo da década, eles descobriram que:

  • O encolhimento do hipocampo estava relacionado com o declínio cognitivo.
  • Quanto mais rápido fosse a diminuição do volume, mais rápido seria o comprometimento cognitivo.
  • Pessoas com menor hipocampo no início do estudo tiveram uma diminuição do tamanho mais rápida.
  • A correlação entre encolhimento do hipocampo e declínio cognitivo continuou forte mesmo depois que eles removeram a influência das proteínas tau e amiloide das análises

    Consequências da pesquisa

    Apesar de usar uma amostra pequena, esta pesquisa sugere algumas questões importantes. A primeira é que as placas amiloides e emaranhados de tau podem não ser os únicos gatilhos para o declínio cognitivo.

    Em segundo lugar, os resultados podem ajudar no tratamento de pacientes, pois se o comprometimento cognitivo tiver sido decorrência da diminuição do volume do hipocampo, provavelmente medicamentos para combater placa amiloide terão pouco efeito em retardar a progressão do Alzheimer.

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    Fonte: Olhar Digital


Cérebro precisa de 7 meses de abstinência para “esquecer” o álcool

Pessoas que bebem álcool excessivamente começam a apresentar benefícios logo nos primeiros dias de abstinência. Em poucos meses, muitas funções do corpo já voltaram ao normal, quando não existem sequelas hepáticas (fígado). Após sete meses, o cérebro já estará quase 100% recuperado, segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA.

Publicado na revista científica Alcohol, o estudo se concentrou nos efeitos da abstinência do álcool no córtex cerebral. Isso porque, segundo os autores, há redução do volume e estreitamento desta parte do cérebro com o uso excessivo de álcool, afetando as funções cognitivas.

Efeitos da abstinência de álcool

O estudo acompanhou 88 pessoas diagnosticadas com o transtorno do uso de álcool (AUD) a pararem de beber. Esses voluntários realizaram três ressonâncias magnéticas durante o estudo: na primeira semana, no primeiro mês e após sete meses de abstinência. Em seguida, as modificações no cérebro foram comparadas com as de 45 indivíduos, sem problemas com o abuso de substâncias alcoólicas.

No total, foram avaliadas mudanças em 34 pontos diferentes do córtex cerebral nos indivíduos do estudo, através das ressonâncias. A taxa de recuperação mais alta foi observada no primeiro mês sem álcool, no entanto, é apenas aos sete meses que a região volta a se parecer com a observada em pessoas que não são alcoólatras (etilista).

Nas pessoas com AUD e pressão alta (hipertensão) ou colesterol elevado, a recuperação tende a ser mais lenta que a média. Outro fator que contribui para desacelerar a recuperação é o tabagismo.

Recuperação do cérebro

“Estes dados fornecem informações clinicamente relevantes sobre os efeitos benéficos da sobriedade sustentada na morfologia do cérebro humano”, afirmam os autores, em artigo. Esta é uma boa descoberta para quem deseja parar de beber e pode até incentivar esse processo.

Vale observar que, no levantamento, os pesquisadores não analisaram questões genéticas e a prática regular de atividade física. Essas duas variáveis podem ajudar no processo e devem ser oportunamente analisadas, especialmente a importância dos exercícios.

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Fonte: Alcohol  

Alzheimer: novo estudo aponta sinal precoce inédito da doença; saiba qual

A doença de Alzheimer é uma das principais causas de demência na população. Os sintomas avançados são bem conhecidos, como o declínio cognitivo, a perda de memória e da autonomia. Mas cientistas têm se voltado cada vez mais para descobrir marcadores iniciais do quadro, que permitam um diagnóstico precoce – estágio em que há novas opções terapêuticas para retardar a patologia.

Nesta semana, pesquisadores do renomado Instituto Karolinska, na Suécia, publicaram um estudo na revista científica Molecular Psychiatry em que descreveram um sinal precoce do Alzheimer até então desconhecido: um aumento metabólico nas mitocôndrias de uma parte do cérebro chamada hipocampo. Para os responsáveis pelo trabalho, a descoberta abre caminho não apenas para um diagnóstico mais cedo, mas para novos métodos de intervenção precoce na doença.

“Essa doença começa a se desenvolver 20 anos antes do início dos sintomas, por isso é importante detectá-la precocemente . Especialmente tendo em conta os medicamentos retardadores que estão começando a chegar. Alterações metabólicas podem ser um fator diagnóstico importante nisso”, diz Per Nilsson, professor associado do Departamento de Neurobiologia, Ciências do Cuidado e Sociedade do Instituto Karolinska, em comunicado.

As medicações citadas por Nilsson são principalmente o Lecanemabe, vendido sob o nome comercial de Leqembi nos Estados Unidos, onde foi aprovado neste ano, pela farmacêutica japonesa Eisai e a americana Biogen. É um anticorpo direcionado à eliminação das placas de proteína beta-amiloide, que se acumulam no cérebro de pacientes com Alzheimer.

O remédio representa uma nova fronteira no tratamento da doença, mas ainda enfrenta uma série de limitações: é destinado apenas a pessoas com Alzheimer muito inicial, apresenta riscos, como de hemorragia cerebral, e retarda em apenas 27% da taxa de declínio cognitivo – não impedindo o agravamento eventual do quadro.

Ainda assim, para que a nova alternativa possa ser ao menos considerada é essencial que os diagnósticos sejam feitos cada vez mais cedo. Por isso, o time sueco utilizou camundongos com um modelo de Alzheimer semelhante ao de humanos para estudar o desenvolvimento da doença antes da formação das conhecidas placas amiloides.

Eles observaram um aumento do metabolismo nas mitocôndrias em animais jovens, que foi seguido por alterações nas sinapses do cérebro. Essas alterações interferiram no sistema de reciclagem celular, a autofagia, que é responsável justamente pelo descarte de substâncias para que elas não se acumulem no órgão.

“Curiosamente, as mudanças no metabolismo podem ser vistas antes que qualquer uma das placas insolúveis características do Alzheimer se acumule no cérebro. O diferente equilíbrio energético corresponde ao que vimos nas imagens do cérebro com Alzheimer (já diagnosticado), mas agora detectamos estas alterações numa fase anterior da doença”, diz Maria Ankarcrona, professora do Instituto.

As mudanças no metabolismo das mitocôndrias foram observadas no hipocampo, estrutura do cérebro que desempenha um papel importante na memória de curto prazo e que é afetada no início do processo patológico do Alzheimer. Os pesquisadores utilizaram então microscopia eletrônica e outras técnicas para avaliar as mudanças nas sinapses que ocorriam em seguida.

Com isso, descobriram que as vesículas chamadas autofagossomos, que realizam o processo de autofagia, se acumularam nas sinapses, interrompendo o funcionamento. Para Nilsson, isso abre caminho para um novo tratamento:

“Essas descobertas destacam a importância de manter as mitocôndrias funcionais e o metabolismo normal das proteínas. No futuro, poderemos fazer testes em ratos para ver se novas moléculas que estabilizam a função mitocondrial e autofágica podem retardar a doença”.


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Fonte: Metrópolis

Estudo realizado nos Estados Unidos aponta que o sexo pode melhorar a saúde cognitiva de pessoas entre os 75 e 90 anos

Além de proporcionar prazer no momento em que é feito, o sexo é muito benéfico para a saúde em vários aspectos, para pessoas de todas as idades. Um estudo recente indica, inclusive, que ele pode ter um impacto direto no cérebro de idosos.

De forma geral, manter o prazer em dia garante vantagens como alívio do estresse, fortalecimento da imunidade, controle de pressão, melhora do sono e do humor e até mesmo o fortalecimento da musculatura da região pélvica.

Segundo o estudo, realizado nos Estados Unidos, a atividade sexual (bem como outras interações sociais) é essencial para idosos, uma vez que os dados mostram que pessoas entre 75 e 90 anos tinham uma função cognitiva significativamente melhor cinco anos depois se houvesse uma frequência sexual de, ao menos, uma vez por semana.

“Promover a qualidade sexual entre casais mais jovens pode ser uma forma de combater as interrupções que as pessoas antecipam que surgirão com o envelhecimento. Esses sentimentos de qualidade sexual podem manifestar-se nas suas capacidades cognitivas posteriores”, afirma o documento.

Uma das prováveis explicações para isso é que o sexo trata-se de uma atividade física e que, além de melhorar a cognição, contribui para uma melhor saúde vascular e melhor fluxo sanguíneo para o cérebro, diminuindo riscos de inflamações.

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Fonte: Metrópolis

Onde o cérebro guarda cada tipo de memória?

A memória não representa um único mistério científico: representa muitos deles. Neurocientistas e psicólogos descobriram que vários tipos de memória coexistem em nosso cérebro: memórias episódicas de experiências passadas, memórias semânticas de fatos, memórias de curto e longo prazo e muito mais. Essas memórias muitas vezes têm características diferentes e até parecem se localizar em partes diferentes do cérebro. Mas nunca ficou claro qual característica de uma memória determina como ou por que ela é classificada de certa maneira.

Agora, uma nova teoria apoiada por experiências que utilizam redes neurais artificiais propõe que o cérebro talvez ordene memórias avaliando a probabilidade de serem úteis como guias no futuro. O estudo sugere, em particular, que muitas memórias de coisas previsíveis, desde fatos a experiências recorrentes e úteis – como o que comemos no café da manhã ou o caminho para o trabalho – são guardadas no neocórtex, onde podem contribuir para generalizações sobre o mundo.

Memórias com menor probabilidade de serem úteis – como o sabor da bebida especial que você tomou naquela festa – são guardadas no banco de memória em forma de cavalo-marinho chamado hipocampo. Separar ativamente as memórias dessa forma, com base na sua utilidade e generalização, pode otimizar a confiabilidade das memórias para nos ajudar a enfrentar situações novas.

Os autores da nova teoria – os neurocientistas Weinan Sun e James Fitzgerald, do Janelia Research Campus do Howard Hughes Medical Institute, Andrew Saxe, da University College London, e seus colegas – a descreveram em artigo recente na Nature Neuroscience. Ela atualiza e expande a ideia bem estabelecida de que o cérebro tem dois sistemas de aprendizagem interligados e complementares: o hipocampo, que codifica rapidamente novas informações, e o neocórtex, que gradualmente as integra para armazenamento a longo prazo.

James McClelland, neurocientista cognitivo da Universidade de Stanford que foi pioneiro na ideia de sistemas de aprendizagem complementares na memória, mas não fez parte do novo estudo, observou que este “aborda aspectos da generalização” que seu grupo não havia pensado quando propôs a teoria em meados dos anos 1990.

Os cientistas sabem que a formação da memória é um processo de vários estágios pelo menos desde o início da década de 1950, em parte graças a estudos sobre o paciente Henry Molaison – por décadas conhecido na literatura científica apenas como H.M. Como ele sofria de convulsões incontroláveis originadas no hipocampo, os cirurgiões o trataram removendo a maior parte dessa estrutura cerebral.

Depois disso, o paciente parecia bastante normal em muitos aspectos: seu vocabulário estava intacto; ele tinha memórias de infância e se lembrava de outros detalhes de sua vida antes da cirurgia. Mas sempre se esquecia da enfermeira que cuidava dele. Durante a década em que cuidou dele, ela teve de se apresentar novamente toda manhã. Ele havia perdido completamente a capacidade de criar novas memórias de longo prazo.

Os sintomas de Molaison ajudaram os cientistas a descobrir que novas memórias se formavam primeiro no hipocampo e depois eram gradualmente transferidas para o neocórtex. Por um tempo, presumiu-se que isso acontecia com todas as memórias persistentes. No entanto, quando os pesquisadores começaram a ver um número crescente de exemplos de memórias que continuavam dependentes do hipocampo a longo prazo, ficou claro que tinha mais alguma coisa acontecendo.

Para compreender a razão por trás dessa anomalia, os autores do novo artigo recorreram às redes neurais artificiais, uma vez que a função de milhões de neurônios entrelaçados no cérebro é incompreensivelmente complicada. Essas redes são “uma idealização aproximada dos neurônios biológicos”, mas são muito mais simples do que as redes reais, disse Saxe.

Assim como os neurônios vivos, elas têm camadas de nós que recebem dados, os processam e depois fornecem saídas ponderadas para outras camadas da rede. Assim como os neurônios influenciam uns aos outros através de suas sinapses, os nós das redes neurais artificiais ajustam seus níveis de atividade com base nas entradas de outros nós.

A equipe conectou três redes neurais com funções diferentes para desenvolver uma estrutura computacional que chamaram de modelo professor-caderno-aluno. A rede professor representava o ambiente em que um organismo poderia se encontrar e fornecia informações sobre experiência. A rede caderno representava o hipocampo, codificando rapidamente todos os detalhes de cada experiência proporcionada pelo professor.

A rede aluno treinava com os padrões do professor, consultando o que estava registrado no caderno. “O objetivo do modelo é encontrar neurônios – nós – e aprender conexões [descrevendo] como elas poderiam regenerar seu padrão de atividade”, disse Fitzgerald.

As repetições de memórias da rede caderno treinaram a rede aluno em um padrão geral por meio da correção de erros. Mas os pesquisadores também notaram uma exceção à regra: se a rede aluno fosse treinada com muitas memórias imprevisíveis – sinais ruidosos que se desviavam muito do resto – isso degradava a capacidade de a rede aluno aprender o padrão generalizado.

Do ponto de vista lógico, “faz muito sentido”, disse Sun. Imagine receber pacotes em casa, explicou ele: se o pacote contém algo útil para o futuro, “como canecas e pratos”, parece razoável trazê-lo para dentro e guardá-lo permanentemente. Mas, se a embalagem contém uma fantasia de Homem-Aranha para o Halloween ou um folheto de promoção, não há necessidade de bagunçar a casa com ela. Esses itens podem ser armazenados em um lugar diferente ou jogados fora.

O estudo fornece uma convergência interessante entre os sistemas utilizados na inteligência artificial e aqueles empregados na modelagem do cérebro. É um exemplo em que “a teoria desses sistemas artificiais deu algumas novas ideias conceituais para pensar sobre as memórias no cérebro”, disse Saxe.

Existem paralelos, por exemplo, com o funcionamento dos sistemas computadorizados de reconhecimento facial. Eles podem começar solicitando que os usuários carreguem imagens de alta definição de si mesmos de diferentes ângulos. As conexões dentro da rede neural podem montar uma concepção geral da aparência do rosto de diferentes ângulos e com diferentes expressões.

Mas, se acontecer de você enviar uma foto “contendo o rosto do seu amigo, o sistema não vai ser capaz de identificar um mapeamento facial previsível entre os dois”, disse Fitzgerald. Isso prejudica a generalização e deixa o sistema menos preciso no reconhecimento da face normal.

Essas imagens ativam neurônios de entrada específicos e a atividade flui pela rede, ajustando os pesos das conexões. Com mais imagens, o modelo ajusta ainda mais os pesos das conexões entre os nós para minimizar erros de saída.

Mas o simples fato de uma experiência ser incomum e não se enquadrar em uma generalização não significa que ela deva ser descartada e esquecida. Pelo contrário, pode ser de vital importância relembrar experiências excepcionais. Parece ser por isso que o cérebro classifica suas memórias em diferentes categorias que são armazenadas separadamente, sendo o neocórtex utilizado para generalizações fiáveis e o hipocampo para exceções.

Esse tipo de pesquisa aumenta a consciência sobre a “falibilidade da memória humana”, disse McClelland. A memória é um recurso finito e a biologia teve de fazer o melhor uso dos recursos limitados. Mesmo o hipocampo não contém um registro perfeito de experiências.

Cada vez que uma experiência é relembrada, há mudanças nos pesos de conexão da rede, fazendo com que os elementos da memória fiquem mais ponderados. Isso levanta questões sobre as circunstâncias sob as quais “os depoimentos de testemunhas oculares [poderiam] ser protegidos de preconceitos e da influência de seguidas rodadas de perguntas”, disse ele.

O modelo também pode oferecer insights sobre questões mais fundamentais. “Como construímos conhecimento confiável e tomamos decisões informadas?”, disse James Antony, neurocientista da California Polytechnic State University que não esteve envolvido no estudo. Isso mostra a importância de avaliar memórias para fazer previsões confiáveis: muitos dados ruidosos ou informações não confiáveis podem ser tão inadequados para treinar humanos quanto para treinar modelos de IA. 

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Fonte: Estadão

Os benefícios que organizar a casa proporciona ao cérebro

A maioria de nós não gosta de bagunça. Um estudo publicado no jornal Personality and Social Psychology Bulletin realizado com 60 mulheres descobriu que, após os pesquisadores solicitarem um tour na casa delas, aquelas que acreditavam que o imóvel estava bagunçado tinham mais chances de se sentir constantemente cansadas e apresentar sintomas de depressão. Esses efeitos estavam relacionados ao hormônio cortisol, que desempenha um papel em como respondemos ao estresse.

A bagunça combinada com uma sensação de falta de controle sobre ela também pode nos levar a tomar decisões ruins. Um estudo de 2016 publicado em Environment and Behavior explorou como nossa mentalidade em relação a uma cozinha caótica faz algumas pessoas tomarem decisões alimentares inadequadas. Especificamente, o estudo constatou que, quando as pessoas sentiam que não tinham controle sobre a bagunça e o caos em sua cozinha, elas consumiam mais biscoitos do que quando sentiam que estavam no controle.

Ao ampliar isso, podemos ver como um ambiente bagunçado pode ir de uma questão estética para um sério problema de estilo de vida, que pode levar a evitar exercícios, se envolver em comportamentos sexuais arriscados ou usar drogas recreativas. Além de ajudar com a depressão, desejos não saudáveis ou fadiga, a organização faz muitas pessoas sentirem uma sensação de leveza e aumento de produtividade.

Menos bagunça significa mais poder mental para tarefas reais

Você pode ter ouvido falar (ou ter sentido) que trabalhamos melhor quando temos menos bagunça física ao nosso redor. A ciência nos oferece uma explicação neurocientífica para isso: um estudo publicado no Journal of Neuroscience analisa como o cérebro humano processa ambientes com muita bagunça e sugere que organizar seus arredores pode ser uma forma de garantir que sua capacidade mental limitada seja usada da melhor maneira possível.

Quando olhamos para a bagunça, nosso cérebro tenta identificar as informações mais relevantes que nos ajudarão a alcançar nossos objetivos imediatos. Essas informações são chamadas de “conjunto de atenção”. Quando nossos objetivos mudam, nosso cérebro precisa suprimir o antigo conjunto de atenção e focar em um novo, o que consome energia mental.

Neste estudo, os pesquisadores examinaram como o cérebro dos participantes reagiu quando eles olharam para fotos de objetos diferentes. Eles descobriram que, quando as pessoas estavam procurando um certo tipo de objeto (o alvo), seu cérebro prestava mais atenção a esse tipo de objeto e menos atenção a outros tipos de objetos (os distratores) que costumavam ser importantes, mas não eram mais.

Quanto mais o seu campo de visão estiver cheio de objetos que não têm nada a ver com seu objetivo, mais difícil é para seu cérebro trabalhar para mantê-los fora do conjunto de atenção. Isso pode levar à fadiga e fazer com que nos sintamos preguiçosos e menos produtivos do que somos capazes de ser.
Por outro lado, se o seu ambiente estiver organizado ou minimalista, seu cérebro terá menos coisas para filtrar e, assim, poderá alocar mais recursos para a tarefa em questão.

Conclusão

Limpar sua casa ou arredores não é apenas um processo físico, mas também mental. Reduzir a bagunça minimiza as distrações, permitindo que seu cérebro se concentre em tarefas mais importantes. A ação de organizar seu espaço também pode proporcionar uma sensação de controle e ordem, o que pode aliviar sentimentos de estresse e promover uma sensação de bem-estar. A revitalização mental que vem da organização é uma evidência clara da ligação entre os espaços físicos em que nos encontramos e a função cognitiva.

*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.



Cientistas recriam trecho de música do Pink Floyd a partir de ondas cerebrais; ouça e entenda o impacto na medicina

Cientistas americanos conseguiram, de forma inédita, recriar um trecho de uma música apenas a partir da atividade cerebral captada de indivíduos enquanto escutavam a canção. O som de “Another Brick in the Wall”, da banda Pink Floyd, é facilmente reconhecido na reconstrução feita pelos pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. (Ouça abaixo) O estudo em que detalham o trabalho foi publicado nesta semana no periódico PLOS Biology.

O feito permitiu ainda que os cientistas identificassem novas regiões do cérebro ligadas à musicalidade. A expectativa é que a tecnologia no futuro ajude pessoas com problemas de comunicação, já que os avanços que conseguem decodificar pensamentos em texto ainda carecem de fatores como ritmo, ênfase e entonação, que atribuem significado ao que está sendo dito. É o que explica o doutor em Neurociências Rogério Panizzutti, professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

— Traduzir o funcionamento da atividade cerebral em falas, movimento, é uma área muito quente e promissora para pessoas com lesões, com questões que interferem na comunicação. Mas basicamente ainda não temos um entendimento completo de como nosso cérebro funciona, nos detalhes mais complexos. Então esse tipo de estudo, que aborda questões específicas, é um passo importante para construir as peças desse quebra-cabeça — diz ele, que é diretor do Laboratório de Neurociências e Aprimoramento Cerebral (LabNACe) da UFRJ.

O novo trabalho teve início ainda em 2008 e 2015, quando médicos do Centro Médico de Albany, nos EUA, recrutaram um total de 29 pacientes para o estudo. Os voluntários se preparavam para uma cirurgia de epilepsia e, por isso, já estavam com eletrodos anexados na superfície do cérebro. Com isso, os responsáveis apenas monitoraram a atividade cerebral enquanto a obra do Pink Floyd tocava.

Agora, quase uma década depois, os neurocientistas da Berkeley pegaram os dados capturados das ondas cerebrais e, com o auxílio de inteligência artificial, os utilizaram para recriar o som que estava na cabeça dos voluntários. O resultado foi um trecho idêntico ao da música, facilmente reconhecível. O feito, segundo eles, foi alcançado pela primeira vez.

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Fonte: O Globo

O que está acontecendo de mais moderno na pesquisa sobre o Alzheimer; ‘grande promessa de talvez ter a cura nos próximos anos’, diz especialista

Os cientistas que estudam o Alzheimer realizaram avanços recentes que permitem novas abordagens de estudo sobre a doença. Diferentes linhas de pesquisa, focados em diferentes sintomas dos pacientes, mostraram que estudar a origem do problema antes do agravamento pode trazer perspectivas para a cura em um futuro não tão distante.

O Alzheimer em estágio inicial traz sintomas como dificuldades para falar e para cumprir tarefas simples do dia a dia, além de afetar a coordenação dos movimentos, e também gera agitação e insônia. Já em estágio mais avançado ele acarreta deficiência motora, e dificuldades para engolir, falar e se movimentar – muitas vezes o paciente não consegue nem mesmo sair da cama.

O investimento nos estudos sobre o Alzheimer, no entanto, têm aumentado cada vez mais. E dado frutos: o respeitado professor John Hardy, da Unniversity College de Londres, estuda a doença há 30 anos. Ele descobriu que em pacientes com Alzheimer o cérebro está envolvido por placas de proteína, chamadas placas beta-amiloides ou amiloides. Elas prejudicam a passagem dos impulsos nervosos entre um neurônio e outro.

No entanto, a descoberta do professor já não é suficiente. Por dois motivos: algumas pessoas vivem sem sintomas de Alzheimer, e depois da morte, autópsias revelam que a pessoa tinha o cérebro cheio de placas amiloides. Além disso, os remédios criados após a descoberta também não tiveram a eficácia esperada.

“Lá no começo a gente achava que o medicamento contra as placas amiloides seria uma bala mágica. Mas primeiro foi difícil desenvolver os remédios. E mesmo quando esses remédios funcionam, não são uma bala mágica. Vamos precisar descobrir mais coisas”, reconhece Hardy.

Além das placas de proteína no cérebro descobertas por Hardy, acredita-se que a inflamação que o cérebro tem com o Alzheimer pode ser uma outra saída. Foram encontradas nas autópsias, junto com as placas amiloides, células de defesa que têm como função limpar o cérebro, chamadas microglias. No entanto, com o passar do tempo as microglias perdem a eficácia e se tornam parte da “sujeira”, matando mais neurônios.

Até o professor Hardy resolveu olhar com uma nova abordagem para o problema. “Entre 2007 e 2014 saíram artigos muito bons sobre o papel das micróglias no Alzheimer. Então percebemos que precisávamos pesquisar isso também”, conta.

Os cientistas têm, no entanto, mais uma suspeita forte: a proteína Tau. Ela forma emaranhados dentro dos neurônios. E a grande maioria das pessoas que têm esses emaranhados apresenta sintomas de Alzheimer.

“A gente observa que a Tau tem muita relação com a gravidade da doença tanto do ponto de vista de sintomas de memória, linguagem, mas também de sintomas neuropsiquiátricos”, explica Claudia Suemoto, professora de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP.

As três descobertas sobre o Alzheimer fazem com que alguns cientistas passem a estudar a origem do problema bem antes dos primeiros sintomas. Esse fator, em cada uma das linhas de pesquisa, pode fazer com que a cura seja descoberta em uma das frentes em um futuro não tão distante, de acordo com a cientista Malú Tansey.

“Tenho muita, muita esperança de que a cura venha ainda no meu tempo de vida. E olha que não sou tão jovem. Em 15 anos talvez a gente se livre dessa doença. As descobertas de hoje são os medicamentos de amanhã”, diz a especialista.

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Fonte: G1

Os 6 melhores alimentos para o cérebro, segundo professora de Harvard

Há alimentos que podem melhorar o humor, aguçar a memória e ajudar o cérebro a funcionar com mais eficiência.

É o que argumenta Uma Naidoo, psiquiatra nutricional e professora da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

A saúde mental e a alimentação estão ligadas da mesma forma que o cérebro e o intestino, numa relação que tem consequências importantes para o corpo.

Ela explica que uma das bases biológicas para entender essa relação tem a ver com o fato de que o cérebro e o intestino se originam das mesmas células embrionárias e permanecem conectados à medida que o ser humano se desenvolve.

Eles se comunicam em ambas as direções, enviando mensagens químicas. Entre 90% e 95% da serotonina, neurotransmissor relacionado com a regulação do apetite e outras funções, é produzida no intestino.

Se a alimentação não for saudável, o intestino pode ficar inflamado e sofrer as consequências de uma alimentação inadequada. Isso pode influenciar no desenvolvimento de ansiedade, desatenção e doenças como a depressão.

Assim, quanto mais você cuida da sua alimentação e do seu intestino, mais você cuida da sua saúde mental, já que “existe uma ligação direta entre a alimentação e o humor”, diz a especialista em entrevista à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).
Naidoo, diretora de psiquiatria nutricional e de estilo de vida do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, diz que sempre amou comida e culinária.

Vinda de uma família de médicos, ela conta que sempre buscou uma abordagem científica para as coisas que achava atraentes.

Quando estudou medicina, percebeu que não havia formação suficiente em nutrição e, quando se especializou em psiquiatria, ficou claro que mais pesquisas eram necessárias para estabelecer as conexões entre alimentação e saúde mental.

“Esse é um campo emergente que está começando a se expandir”, diz ela.

Em outubro de 2022, a especialista conversou com a BBC sobre os benefícios da vitamina B para manter o cérebro jovem e saudável, especialmente B-12, B-9 e B-1.

Agora, a psiquiatra fala sobre uma seleção de alimentos que considera benéficos para melhorar o humor e fortalecer o poder cerebral.

1. Especiarias

As especiarias são conhecidas por suas propriedades antioxidantes. Algumas, como a cúrcuma, têm efeitos benéficos na redução da ansiedade.

A curcumina, o ingrediente ativo da cúrcuma, pode diminuir a ansiedade, alterando assim a química do cérebro e protegendo o hipocampo.

Outra especiaria que a psiquiatra gosta muito é o açafrão. A pesquisa mostrou, explica Naidoo, que o açafrão tem efeitos sobre o transtorno depressivo grave.

Estudos demonstraram que consumir açafrão reduz significativamente os sintomas do paciente afetado pelo distúrbio.

No Brasil, a cúrcuma é popularmente chamada de açafrão-da-terra. O “verdadeiro” açafrão, tratado como iguaria, é outro, extraído do pistilo da flor da espécie Crocus sativus.

O açafrão é um ingrediente internacionalmente reconhecido por ser caro e ter propriedades antioxidantes.

2. Alimentos fermentados

Existe uma grande variedade de alimentos fermentados. Eles são feitos combinando leite, vegetais ou outros ingredientes crus com microorganismos, como leveduras e bactérias.

O mais conhecido é o iogurte natural com culturas ativas, mas também existem outros como chucrute, kimchi e kombucha.

O que eles têm em comum são fontes de bactérias vivas que podem melhorar a função intestinal e diminuir a ansiedade, segundo a especialista.

Alimentos fermentados podem fornecer vários benefícios cerebrais.

Uma análise de 45 estudos de 2016 mostrou que os alimentos fermentados podem proteger o cérebro, melhorando a memória e retardando o declínio cognitivo, aponta a especialista.

O iogurte rico em probióticos pode ser uma parte poderosa da dieta, acrescenta Naidoo, mas não o iogurte que é submetido a um tratamento com calor.

3. Nozes

Os efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes dos ácidos graxos ômega-3 nas nozes são muito promissores para melhorar o pensamento e a memória.

Por outro lado, as nozes têm gorduras e óleos saudáveis ​​que nosso cérebro precisa para funcionar bem, juntamente com vitaminas e minerais essenciais, como o selênio da castanha-do-pará.

Naidoo recomenda comer 1/4 de xícara por dia, como complemento de salada ou vegetais.

Elas também podem ser misturadas com uma granola caseira ou com frutas secas, porque essas combinações são mais saudáveis ​​do que as disponíveis comercialmente, que geralmente são ricas em açúcar e sal.

4. Chocolate amargo

O chocolate amargo é uma excelente fonte de ferro, que ajuda a formar o revestimento que protege os neurônios e ajuda a controlar a síntese de substâncias químicas que influenciam o humor.

Uma pesquisa realizada com mais de 13 mil adultos em 2019 descobriu que as pessoas que comem chocolate amargo regularmente têm um risco 70% menor de apresentar sintomas depressivos. O chocolate amargo também contém muitos antioxidantes e é altamente benéfico.

5. Abacates

Com quantidades relativamente altas de magnésio, importante para o funcionamento do cérebro, os abacates são outra fonte de bem-estar, aponta a especialista.

Existem inúmeras análises que relacionam a depressão à deficiência de magnésio.

Vários estudos de caso em que os pacientes foram tratados com uma dose entre 125 e 300 miligramas de magnésio mostraram uma recuperação mais rápida do transtorno depressivo.

“Adoro misturar abacate, grão de bico e azeite como uma pasta saborosa em torradas integrais ou como molho para vegetais recém-cortados”, conta a médica.

6. Vegetais de folhas verdes

Os vegetais de folhas verdes, como a couve, fazem a diferença na saúde, explica a especialista.

Embora não seja uma informação muito conhecida, a verdade é que os vegetais de folhas verdes contêm vitamina E, carotenóides e flavonóides, nutrientes que protegem contra a demência e o declínio cognitivo, diz Naidoo.

Outro benefício desses alimentos é que eles são uma grande fonte de folato, uma forma natural de vitamina B9 importante na formação de glóbulos vermelhos.

A deficiência de folato pode ser a base de algumas condições neurológicas. É por isso que esta vitamina tem efeitos benéficos no estado cognitivo e é importante na produção de neurotransmissores “As verduras como espinafre, acelga e folhas de dente-de-leão também são excelentes fontes de ácido fólico”, acrescenta a especialista.

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Fonte: BBC

Como a música afeta o cérebro humano

A música desperta sensações distintas em cada um de nós. Diferentes tipos de música despertam diferentes emoções e evocam lembranças, sentimentos e sensações provocando uma série de respostas no corpo humano.

Quando escutamos música, nosso batimento cardíaco, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais mudam conforme o ritmo e a melodia

Ouvir música melhora a saúde física e cerebral, aumenta a função do sistema imunológico, promove o vínculo social mesmo na ausência de outras pessoas próximas e melhora o bem-estar geral.

Mauro Muszkat, no artigo “Música e Neurodesenvolvimento: em busca de uma poética musical inclusiva”, publicado na revista Literartes, traz as contribuições da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e aborda a relação entre música e desenvolvimento neurológico. Ele mostra que a música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão ou Alzheimer.

Segundo Muszkat, os tratamentos realizados tendo como instrumento principal a música são conhecidos e utilizados já há séculos. O estímulo ao cérebro musical aumenta a flexibilidade mental e a coesão social, e, para isso, são utilizados recursos como a dança e jogos musicais, potencializando-se as técnicas de restabelecimento físico e cognitivo. A inteligência musical é um traço compartilhado e mutável que pode estar presente em grau até acentuado, mesmo em crianças com deficiência intelectual.

Deste modo, o autor convoca arte-educadores, músicos e educadores para observar a criança e/ou participar com ela do “processo de construção de linguagem, de maneira a encontrar respostas para as dificuldades e para a inclusão dessa criança, seja pedagógica ou social“.

Cada vez que nós ouvimos um padrão musical que é novo para os nossos ouvidos, nosso cérebro tenta fazer uma associação através de qualquer sinal visual, auditivo ou sensorial.

A música tem uma relação direta com o nosso cérebro e estimula a produção de serotonina, endorfina, dopamina, ocitocina e prolactina, as chamadas substâncias da felicidade.

Como a música é recebida pelo nosso cérebro

O som é transmitido pelo ar na forma de moléculas e, quando elas atingem o tímpano, ele se agita, enviando sinais eletroquímicos para o cérebro.

Carolina Octaviano mestre em cognição e filosofia da música pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em seu artigo “Os efeitos da música no cérebro” explica como a música é recebida pelo nosso cérebro.

“Após o som ser transmitido por moléculas através do ar, ele chega ao tímpano, que se agita para dentro ou para fora, conforme a amplitude e volume do som que recebe, e também da altura desse som, isto é, se ele é grave ou agudo. Entretanto, nesse estágio, o cérebro recebe apenas uma informação incompleta, sem distinção do que o barulho realmente representa – se ele é de vozes, do vento, de máquinas etc. O resultado final, decodificado pelo cérebro, representa uma imagem mental do mundo físico, que é gerado a partir de uma longa cadeia de eventos mentais”.

Carolina explica que o primeiro processo dessa cadeia é a “extração de características”, quando o cérebro apenas percebe as características básicas da música por meio das redes neurais especializadas. “Nessa fase, o som é decomposto em elementos básicos como altura, timbre, localização no espaço, intensidade, entre outros. Isso ocorre nas partes periféricas do cérebro. O segundo passo ocorre nas partes superiores cerebrais, quando é preciso integrar essas informações básicas adquiridas, de forma a obter uma percepção completa”.

Carolina afirma que a atividade musical envolve quase todas as regiões do cérebro e os subsistemas neurais. “Quando uma música emociona, são ativadas estruturas que estão nas regiões instintivas do verme cerebelar (estrutura do cerebelo que modula a produção e liberação pelo tronco cerebral dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina) e da amídala (principal área do processamento emocional no córtex). Já na leitura musical, o córtex visual é a área utilizada. O ato de acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo (responsável pelas memórias) e o córtex frontal inferior. Para a execução de músicas, são acionados os lobos frontais – o córtex motor e sensorial”.

De forma geral, é como se todas as áreas do cérebro conversassem entre si.

Sentir e processar música implica em sinais físicos que transformam-se em estados emocionais que refletem expectativas, tensão, repouso e movimento, bem como causam flutuações de nossos ritmos fisiológicos endógenos, como batimento cardíaco, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais.

A música desperta sensações distintas em cada um de nós. Diferentes tipos de música despertam diferentes emoções e evocam lembranças, sentimentos e sensações provocando uma série de respostas no corpo humano.

Quando escutamos música, nosso batimento cardíaco, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais mudam conforme o ritmo e a melodia.

Ouvir música melhora a saúde física e cerebral, aumenta a função do sistema imunológico, promove o vínculo social mesmo na ausência de outras pessoas próximas e melhora o bem-estar geral.

Mauro Muszkat, no artigo “Música e Neurodesenvolvimento: em busca de uma poética musical inclusiva”, publicado na revista Literartes, traz as contribuições da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e aborda a relação entre música e desenvolvimento neurológico. Ele mostra que a música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão ou Alzheimer.

Segundo Muszkat, os tratamentos realizados tendo como instrumento principal a música são conhecidos e utilizados já há séculos. O estímulo ao cérebro musical aumenta a flexibilidade mental e a coesão social, e, para isso, são utilizados recursos como a dança e jogos musicais, potencializando-se as técnicas de restabelecimento físico e cognitivo. A inteligência musical é um traço compartilhado e mutável que pode estar presente em grau até acentuado, mesmo em crianças com deficiência intelectual.

Deste modo, o autor convoca arte-educadores, músicos e educadores para observar a criança e/ou participar com ela do “processo de construção de linguagem, de maneira a encontrar respostas para as dificuldades e para a inclusão dessa criança, seja pedagógica ou social“.

Cada vez que nós ouvimos um padrão musical que é novo para os nossos ouvidos, nosso cérebro tenta fazer uma associação através de qualquer sinal visual, auditivo ou sensorial.

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A música tem uma relação direta com o nosso cérebro e estimula a produção de serotonina, endorfina, dopamina, ocitocina e prolactina, as chamadas substâncias da felicidade.

Como a música é recebida pelo nosso cérebro

O som é transmitido pelo ar na forma de moléculas e, quando elas atingem o tímpano, ele se agita, enviando sinais eletroquímicos para o cérebro.

Carolina Octaviano mestre em cognição e filosofia da música pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em seu artigo “Os efeitos da música no cérebro” explica como a música é recebida pelo nosso cérebro.

“Após o som ser transmitido por moléculas através do ar, ele chega ao tímpano, que se agita para dentro ou para fora, conforme a amplitude e volume do som que recebe, e também da altura desse som, isto é, se ele é grave ou agudo. Entretanto, nesse estágio, o cérebro recebe apenas uma informação incompleta, sem distinção do que o barulho realmente representa – se ele é de vozes, do vento, de máquinas etc. O resultado final, decodificado pelo cérebro, representa uma imagem mental do mundo físico, que é gerado a partir de uma longa cadeia de eventos mentais”.

Carolina explica que o primeiro processo dessa cadeia é a “extração de características”, quando o cérebro apenas percebe as características básicas da música por meio das redes neurais especializadas. “Nessa fase, o som é decomposto em elementos básicos como altura, timbre, localização no espaço, intensidade, entre outros. Isso ocorre nas partes periféricas do cérebro. O segundo passo ocorre nas partes superiores cerebrais, quando é preciso integrar essas informações básicas adquiridas, de forma a obter uma percepção completa”.

Carolina afirma que a atividade musical envolve quase todas as regiões do cérebro e os subsistemas neurais. “Quando uma música emociona, são ativadas estruturas que estão nas regiões instintivas do verme cerebelar (estrutura do cerebelo que modula a produção e liberação pelo tronco cerebral dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina) e da amídala (principal área do processamento emocional no córtex). Já na leitura musical, o córtex visual é a área utilizada. O ato de acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo (responsável pelas memórias) e o córtex frontal inferior. Para a execução de músicas, são acionados os lobos frontais – o córtex motor e sensorial”.

De forma geral, é como se todas as áreas do cérebro conversassem entre si.

Sentir e processar música implica em sinais físicos que transformam-se em estados emocionais que refletem expectativas, tensão, repouso e movimento, bem como causam flutuações de nossos ritmos fisiológicos endógenos, como batimento cardíaco, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais.

Ouvir música melhora a saúde física e cerebral, aumenta a função do sistema imunológico, promove o vínculo social mesmo na ausência de outras pessoas próximas e melhora o bem-estar geral.

A música é um universo de significados, representações e percepções distintas, tornando possível afirmar que cada pessoa a perceberá de um modo diferente.

A plataforma de treinamento cognitivo digital da NeuroForma oferece exercícios que ajudam a sintonizar o seu cérebro. Treinos de concentração, de rapidez de raciocínio, de habilidades sociais, de inteligência e de orientação espacial. Acesse e confira AQUI.

Fonte: Jornal de Brasília